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Estudo

Em 2007, segundo dados do IBGE, aproximadamente 20% dos aposentados permaneciam trabalhando no Brasil. No estudo Brasil 2050: Desafios de Uma Nação que Envelhece, desenvolvido pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos Consultoria Legislativa, é constatado que, diante dessa permanência no mercado de trabalho e com a redução da população em idade ativa, deve-se aumentar o tempo de trabalho dos habitantes, fazendo com que repensemos as regras atuais sobre a aposentadoria.

Sobre o uso de tecnologias no trabalho, o estudo revela uma grande taxa de analfabetismo entre adultos e idosos. Mas, o Art. 26 do Estatuto do Idoso, informa que: “O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitando suas condições físicas, intelectuais e psíquicas”.

 “Gostemos ou não precisamos preparar uma vida laboral mais longa”.

Alexandre Kalache

A idade mínima no mercado de trabalho gera conflitos. O estudo informa que devemos olhar para essas pessoas como cidadãos ativos e participantes da economia e do mercado de trabalho do país, já que, o idoso é visto geralmente pela sociedade como um ser frágil e que precisa de cuidados.

Trabalho

O especialista em envelhecimento Alexandre Kalache, em entrevista divulgada pela Uol, diz que diante do aumento atual na expectativa de vida, permanecemos com as mesmas regras dos anos 40 e 50 para adquirir a aposentadoria. Segundo ele, é inviável aposentar-se aos 54 anos, pois diante da diminuição no número de jovens, o país não conseguirá manter tantas pessoas aposentadas. Os brasileiros terão que trabalhar mais tempo diante do aumento da expectativa de vida. “Gostemos ou não precisamos preparar uma vida laboral mais longa” afirma.

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Baby Boomers

Baby Boomers nada mais é que a geração de pessoas que nasceram depois da Segunda Guerra Mundial e que hoje possuem mais de 50 anos de idade. Kalache informa, que graças à chegada dessa geração, criou-se uma nova construção social que se inicia aos 55 anos e termina por volta dos 80 anos, chamada de “gerontolescência”.

Essa construção social faz com que repensemos sobre o que não é mais ser jovem, mas ainda assim, forte e cheio de energia, ou seja, é um termo que substitui os chamados velhinhos. O especialista afirma que no Brasil, a estética jovem é a mais valorizada e que ainda há muito preconceito com a população idosa.

Kalache aponta também, que problemas gerados pelo envelhecimento já tem soluções muito eficazes, capazes de impedir a enfermidade das pessoas mais velhas e fazer com que vivam com muita energia. “O gerontolescente tem projetos e muita saúde” afirma.

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Referências: BBC Notícia  |  Entrevista UOL | Estudo: Brasil 2050 – Desafios de Uma Nação que Envelhece.