
Somente 15% das empresas já desenvolveram planos que atendam ao crescente número de idosos.
Um exemplo sobre a miopia do mercado, e essa sem relação com a longevidade: segundo a revista “Fast Company”, 68% das mulheres usam manequim 44 ou acima dessa numeração. Então por que as marcas ainda insistem em não fabricar roupas para a maioria, que fica restrita a um número restrito de lojas e modelos? Quem se aventurou nesse segmento entendeu que a ditadura da moda não é inclusiva, nem democrática. O Japão, cuja população envelhece num ritmo superior ao de outros países – em 2065, os idosos representarão 40% do total – já mudou as lentes para enxergar a questão. A revista “The Economist” recentemente registrou algumas iniciativas, como a de uma cadeia de academias de ginástica e musculação que fidelizou a clientela mais velha com descontos: hoje, 30% dos frequentadores passaram dos 60.
Esse blog tratou do tema ao mostrar o trabalho do AgeLab, ligado ao MIT (Massachusetts Institute of Technology). Seu fundador e diretor, Joseph Coughlin, é um ativista da longevidade e prega uma cartilha com cinco pontos básicos. O primeiro: o envelhecimento não é um problema médico a ser solucionado, e sim um estágio da vida a ser reinventado. O segundo: o mercado ainda oferece produtos pasteurizados e esteticamente inaceitáveis, quando os designers deveriam procurar encantar o consumidor. Terceiro: o “carimbo” de velho afasta o público, porque está associado a fragilidade e decadência, por isso o produtos devem ser simples, convenientes e charmosos, características que não têm idade. Quarto: nem sempre é o idoso que faz a compra, portanto os sites e pontos de venda deveriam focar também na faixa etária entre 40 e 50 anos, ampliando a informação disponível. Para fechar: a tecnologia tem que entender e respeitar o consumidor. De nada adianta um lançamento inovador cujo manejo e manutenção sejam complicados.