Longevidade

Você já deve ter ouvido falar que um aperto de mão fraco passa uma mensagem negativa sobre a pessoa. Insegurança e baixa autoestima são alguns termos atribuídos a quem, aparentemente, quer se livrar o mais rapidamente possível do nosso contato indesejado. Agora, pesquisadores da Faculdade de Medicina da University of Michigan, nos Estados Unidos, descobriram um outro problema com o aperto de mão fraco: a fraqueza muscular indicaria uma idade biológica, que se refere à saúde geral e ao grau de envelhecimento do corpo, mais acelerada que o normal. Pessoas com o cumprimento frágil, o que indicaria fraqueza muscular, teriam propensão a uma vida mais curta.

Cada um de nós envelhece de um jeito. Duas pessoas que nasceram na mesma data vão apresentar uma idade biológica diferente devido à predisposição a determinadas doenças e às escolhas de estilo de vida – fumar, beber, fazer ou não exercícios. Agora, pela primeira vez, a idade biológica avançada também foi associada à fraqueza muscular medida pela força de preensão, aquela detectada pelo dinamômetro (dependendo da sua idade, o médico da renovação da CNH já pediu para você apertá-lo por cinco segundos, uma mão de cada vez). De acordo com artigo científico publicado no The Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, quanto mais fraca for sua força de preensão, maior será sua idade biológica. Participaram do estudo 1274 homens e mulheres durante 10 anos – e, neste aspecto, não foram encontradas diferenças entre os sexos.

“Sabíamos que a força muscular é um preditor de longevidade e que a fraqueza é um poderoso indicador de doença e mortalidade, mas, pela primeira vez, encontramos fortes evidências de uma ligação biológica entre a fraqueza muscular e a aceleração real no metabolismo biológico”, disse o professor Mark Peterson, principal autor do estudo. “Isso sugere que, se você mantiver sua força muscular ao longo da vida, poderá se proteger contra muitas doenças relacionadas à idade”. Ela seria o “novo cigarro” como um importante preditor de doenças e mortalidade.

Os pesquisadores dizem que mais pesquisas são necessárias para aprofundar a relação entre envelhecimento e a força de um aperto de mãos, mas já fazem uma importante recomendação a médicos de todas as especialidades: comecem a usar a força de preensão em suas consultas. Por enquanto, nos Estados Unidos, apenas os geriatras já aderiram. “A triagem usando a força de preensão permitiria projetar intervenções para retardar ou prevenir o início ou a progressão desses eventos adversos de saúde ‘relacionados à idade’”, disse Peterson. Da minha parte, compartilho aqui o diagnóstico do médico com quem fiz minha última renovação de CNH, o primeiro que me pediu para usar o dinamômetro: “Você tem força para dirigir caminhão”. UFA! Se depender do aperto de mão, vou viver ainda uns bons anos.