Em 2100, o mundo terá 21 milhões de pessoas com 100 anos ou mais e o Brasil aumentará sua população de centenários em 110 vezes.

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No começo do século 19, alguém que passasse dos 35 anos já podia ser considerado um sortudo. Em apenas 150 anos, a expectativa de vida no mundo quase dobrou, marcando 62 anos em 1950. De lá para cá, o número cresce aceleradamente. Agora um novo conjunto de descobertas e técnicas que começam a despontar em empresas, startups e universidades — como remédios que tratam apenas as células doentes, edição genética, robótica e inteligência artificial — nos levará a um capítulo inédito na história: até o final deste século, segundo dados da ONU divulgados recentemente, o mundo terá mais de 21 milhões de pessoas com 100 anos ou mais, e o Brasil ampliará sua população de centenários em mais de 110 vezes, para mais de 1,5 milhão. Com as novas tecnologias, os bebês que nascem agora viverão cada vez mais e chegarão à velhice cada vez mais saudáveis.

O desenvolvimento de novos medicamentos terá um papel importante na criação dessa geração centenária. “Com o volume de novas tecnologias que estão por vir, seremos mais efetivos no tratamento de doenças e na redução de complicações médicas”, afirma Felipe Marques Gonçalves, médico e executivo para estratégia de medicamentos biológicos na farmacêutica americana AbbVie. As razões para o otimismo estão em evidências históricas. Em 1900, nos Estados Unidos, casos comuns de diarreia correspondiam à terceira causa de morte humana. É algo impensável nos dias atuais, com antibióticos disponíveis em qualquer farmácia. Estudos internacionais mostram que, de 1986 a 2000, 40% do aumento da expectativa de vida ocorreu em razão de remédios inovadores, que diminuíram em 33% a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares e foram responsáveis por 83% do aumento do tempo de vida dos pacientes com câncer.

Os novos medicamentos representarão uma revolução na maneira como as doenças são tratadas. Os comprimidos e as soluções injetáveis atuais têm impacto em todo o organismo e provocam efeitos colaterais, como náuseas, dor de cabeça e alergias. A tática possível até aqui foi, para tratar uma área doente, atacar todo o corpo. No entanto, a indústria farmacêutica começa a colher frutos no desenvolvimento da terapia de precisão, por meio da qual apenas a área doente é tratada, reduzindo efeitos indesejáveis e aumentando a eficácia. Isso abre uma janela especial para os tratamentos contra o câncer, oferecendo uma nova opção aos atuais protocolos de tratamento, como a quimioterapia ou a radioterapia, que são altamente invasivos e têm muitos efeitos colaterais.

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