O propósito deste artigo é apresentar os resultados de um estudo qualitativo para avaliar atividades intergeracionais desenvolvidas em uma escola de ensino fundamental e descrever o arcabouço teórico utilizado para explicar as mudanças envolvidas nesse tipo de atividade. Foi feita avaliação qualitativa de uma intervenção em que 32 idosos da área de abrangência de uma escola de ensino fundamental de Ceilândia, Distrito Federal, Brasil, compartilharam suas memórias com 111 alunos durante quatro meses. Depois da intervenção, idosos e adolescentes participaram de 14 grupos focais em que discutiram o efeito das atividades em alguns aspectos de suas vidas. A intervenção teve um impacto positivo na percepção dos participantes referente à relação familiar, autopercepção do estado de saúde e solidariedade. No entanto, não afetou os sentimentos de confiança mútua. Os resultados também sugerem possíveis dimensões de capital social para esses grupos etários, tais como respeito mútuo e sentimento de serem valorizados, ainda não investigados. Embora com limitações, este estudo mostrou os possíveis mecanismos de mudanças psicossociais que ocorrem nesse tipo de intervenção.

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