Foto: Shutterstock
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De olho no futuro, o Congresso de Longevidade encerrou ontem (23/10), em São Paulo, um fórum de debates com foco principalmente na inserção de idosos no mercado de trabalho. Estranho? Não. Organizadora do evento, a Aliança Global dos Centros Internacionais de Longevidade (ILC Global Alliance) está pensando à frente, diante da chamada revolução demográfica: as taxas de fecundidade vêm diminuindo, e as taxa de longevidade, aumentando. Ou seja, menos gente está nascendo e os idosos estão vivendo mais. O resultado é que vai faltar gente jovem para trabalhar e o mercado terá que recorrer mais a funcionários com mais de 60 anos com condições de trabalhar.

No Brasil, segundo a Pnad/IBGE, no segundo trimestre de 2015 havia 6.654 milhões de idosos (60 anos ou mais) integravam a População Economicamente Ativa (PEA). A Aliança existe em 17 países, com centros de estudos e ações práticas para melhorar a qualidade de vida do idoso. No evento, houve uma grande troca de experiências de órgãos públicos e empresas privadas com iniciativas pró-idosos.

A antropóloga e professora da Columbia Univerity Ruth Finkelstein, que coordenou o programa New York Cidade Amiga do Idoso, em 2012, contou dois casos ocorridos em New York. Uma padaria aproveitou os mais velhos em áreas onde eles tinham experiência histórica: as receitas de se fazer o pão e a área de compras. Enquanto isso, os mais jovens ficaram em áreas como a operação dos fornos e tarefas que exigiam o uso de luvas pesadas. Já numa fábrica de gravatas, uma manufatura que está quase em extinção, recrutou idosos que tinham experiência para ensinar aos mais jovens a arte de se fazer gravatas de qualidade, trabalhando com eles na produção. É a integração de pessoas jovens com as que têm mais de 60 anos, uma prática que deverá ser comum no futuro.