Foto: Soumil Kumar

O mundo está mudando a uma velocidade cada vez maior. Desde a Terceira Revolução Industrial, as transformações tecnológicas, espaciais, sociais e comportamentais passaram a ser cada vez mais rápidas e as novidades cada vez mais efêmeras. Nesse ”ritmo”, as gerações também foram mudando. A que nasceu nesse contexto de alta velocidade é a chamada Geração Z.

Os nascidos a partir de 1990 pertencem a uma geração que não se deslumbra frente aos rápidos avanços tecnológicos. O mesmo comportamento não se observa diante de bens de consumo, cujo “desejo” é criado artificialmente por meio das diversas mídias. Consumo este que também ganhou uma velocidade maior: talvez nunca na história da humanidade tenha sido tão rápido o processo de criar, consumir e descartar.

Dentro deste contexto, torna-se imprescindível discutir o papel da educação ambiental nas escolas: como educar as novas gerações para um mundo “sustentável”? Como se comporta a Geração Z frente ao consumo e às questões ambientais? A quem atribuir as responsabilidades dessa formação?

É necessário enfatizar a importância de uma educação escolar para a sustentabilidade que tenha real significado para os estudantes e que possa ser incorporada aos seus ideais e ao seu estilo de vida.

Diversos autores contemporâneos renomados, como Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard e Boaventura de Sousa Santos, discutem a evolução da sociedade contemporânea para uma sociedade de lazer, sendo esta associado ao consumo. O aumento do nível de vida e do tempo livre favorecem um comportamento extremamente importante para uma sociedade industrial em seu estágio atual: o consumismo, ou seja, o comportamento de consumir produtos em uma quantidade muito além das necessidades básicas de sobrevivência.

O modelo de sociedade de consumo pós-moderna preza pelo “bombardeio” de informações sobre produtos, a criação da necessidade do consumo destes produtos e a vinculação que, ao obtê-los, haverá um sentimento de felicidade e satisfação atrelado a eles.

Segundo Bauman (2005), nesse contexto, o “ter” passa a possuir uma importância social. As classes são formadas e os indivíduos reconhecidos pelos objetos que compram. E o tempo de valor desses objetos passa a ser muito curto.

A valorização do objeto ligada às ações de propaganda e marketing desperta o desejo de ter o objeto, de ser reconhecido (pelas camadas sociais mais altas) e de se sentir inserido na sociedade. Porém, o sistema de organização da sociedade pós-moderna não prevê a inserção de todos e nem a igualdade de consumo. Além disso, o próprio planeta não suportaria a exploração de recursos para garantir essa igualdade e nem o descarte dos objetos sem uso.

Assim, torna-se imprescindível rever os padrões de consumo, educando as novas gerações para uma nova cultura e um novo comportamento diante do desejo e do objeto em si.

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