Objetos podem auxiliar quem tem artrite e já há utensílios para tornar a cozinha mais segura

Foto: pixnio

Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a oferta de produtos voltados para o público mais velho é um nicho que não para de crescer, no Brasil esse é um segmento que ainda está acoplado a lojas de artigos médicos. Uma pesquisa realizada em 2016 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todo o país mostrou que 67% dos idosos eram responsáveis por suas compras e 34% sentiam falta de produtos e serviços para a terceira idade. Entre os mais citados pelos entrevistados estavam o celular com tela maior e teclado (13%), locais para diversão (12%) e roupas (11%). Além disso, 37% tinham queixas em relação ao atendimento que recebiam e 34% reclamavam dos rótulos de difícil leitura.

Há um amplo território a ser explorado no que diz respeito a itens que facilitem o dia a dia do idoso independente mas que já apresenta algumas limitações. Considerando que quase metade dos adultos acima de 65 anos tem artrite, atividades simples como abotoar uma camisa, escrever um bilhete ou escovar os dentes podem ser de difícil realização.

No entanto, o comércio ainda está a anos-luz de distância desse público. Fiz um teste: entrei no site de um grande varejista on-line e busquei “artigos para idosos”. O resultado mostrou alguns poucos celulares, grades de proteção para cama, bengalas e andadores e…. ração para cães e gatos idosos!

Outro levantamento da CNDL e do SPC Brasil indicava que dois em cada dez idosos fazem compras pela internet. Esses terão mais chance de tomar conhecimento de novidades, mas ainda se trata de um contingente pequeno.

Uma pequena lista de produtos que deveriam estar disponíveis nas prateleiras de supermercado e nas grandes lojas: suporte para calçar meias, gancho para abotoar camisas, pinças de pressão para apanhar objetos que estão no chão e que também auxiliam quem tem dificuldade para se vestir, revestimento de espuma para facilitar o manuseio de talheres, canetas e escovas de dentes. Há também um arsenal de apetrechos para transformar a cozinha num local mais seguro: luvas resistentes a cortes de faca, protetores para as grelhas do forno, abridores de tampas que não exigem esforço, adaptador para pegar e girar botões de aparelhos elétricos – como forninhos ou micro-ondas – e por aí vai.

Há idosos que simplesmente abrem mão de usar a cozinha por causa da dor que pequenas tarefas provocam. Outros passam a se sentir desajeitados ao derrubar objetos – quando não são repreendidos pelos parentes – e retraem-se, o que pode levar à depressão. As comodidades do século XXI têm que estar disponíveis para todos.