Longevidade

Testes com células humanas e de nematoide indicam que, ao atuar sozinha, molécula comanda melhor os sinais de envelhecimento e renovação do receptor de insulina

A proteína CHIP controla o receptor do hormônio insulina. Quando atua sozinha, ela comanda com maior eficácia a renovação desse receptor — e, consequentemente, os sinais de envelhecimento. É o que evidencia um estudo publicado em 25 de agosto na revista Molecular Cell.

Segundo a pesquisa, é possível que a proteína atue isoladamente como um “interruptor” molecular da expectativa de vida. Cientistas da Universidade de Colônia, na Alemanha, descobriram isso testando células humanas e do nematoide Caenorhabditis elegans.

Quando as nossas células sofrem estresse, a CHIP aparece pareada, como uma associação de duas proteínas idênticas. Ela destrói proteínas mal dobradas e defeituosas, “limpando” a célula. Detalhe é que a proteína “faxineira” trabalha com proteínas auxiliares, ligando as proteínas mal dobradas a uma cadeia da molécula ubiquitina.

Além disso, CHIP controla a transdução do sinal do receptor da insulina. Quando ela está pareada e se liga ao receptor, ele é degradado e não ativa mais produtos gênicos que prolongam a vida. “Depois que a CHIP limpa com sucesso as proteínas defeituosas, ela também pode marcar as proteínas auxiliares para a degradação”, conta Vishnu Balaji, primeiro autor do estudo, em comunicado.

Segundo o pesquisador, isso permite que a CHIP se rotule com a ubiquitina, impedindo a formação de sua versão pareada. Porém, para que o corpo funcione sem problemas, deve haver um equilíbrio entre os solitários estados monoméricos da proteína e as formas grupais, ou seja, as formas diméricas da CHIP. “É interessante que o equilíbrio monômero-dímero da CHIP parece ser interrompido em doenças neurodegenerativas”, nota Thorsten Hoppe, um dos autores da pesquisa.

Agora, os cientistas querem descobrir se existem outras proteínas ou receptores aos quais o monômero CHIP se liga e regula. Eles desejam saber também em quais tecidos e órgãos e em quais doenças os monômeros ou dímeros ocorrem em maior número, o que pode ajudar a criar tratamentos futuros.