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O sonho da aposentadoria de milhões de brasileiros pode ser retardado caso seja aprovada a reforma da Previdência, que, prevê, entre outras propostas, idade mínima de 65 anos para os contribuintes reivindicarem a aposentadoria. Atualmente, a soma da idade e do tempo de contribuição deve ser de 85 para mulheres e 95 para homens. Essa preocupação dos trabalhadores pode não ser um bom negócio, pois, segundo um estudo americano, aposentar cedo não faz bem. De acordo com os cientistas, quem trabalha por mais tempo, vive mais.

Conforme pesquisa da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, adultos saudáveis que completaram 65 anos, mas esperaram um ano a mais para se aposentarem, tiveram o risco de morte diminuído em 11%. Mesmo aqueles que declararam ter problemas de saúde foram propensos a viver mais tempo quando se mantiveram trabalhando.

Os pesquisadores organizaram dois grupos de voluntários: aposentados não saudáveis (que atribuíram à saúde a causa predominante para a aposentadoria) e aposentados saudáveis (que não indicaram a saúde como razão para a inatividade). Ao fim do estudo, cerca de dois terços dos voluntários foram classificados como saudáveis.

Os aposentados saudáveis que trabalharam até os 66 anos, ou seja, um ano a mais, tiveram um risco de mortalidade reduzido em 11%, enquanto os aposentados não saudáveis que excederam as atividades por um ano apresentaram risco de mortalidade 9% inferior.

“Pode não se aplicar a todos, mas acho que o trabalho dá às pessoas uma série de benefícios econômicos e sociais que poderiam impactar a duração de suas vidas”, diz o pesquisador Chenkai Wu, que liderou o estudo. “Os resultados parecem indicar que as pessoas que permanecem ativas e envolvidas obtém um benefício disso”, comenta Robert Stawski, co-autor do trabalho.

Os pesquisadores reconhecem, no entanto, que é preciso aprofundar mais os estudos para entender melhor a relação entre o trabalho e a longevidade.