A Educação é o maior desafio da humanidade, após atender à demanda pelas necessidades básicas de sobrevivência. Somente com uma educação de qualidade em todos os níveis da formação escolar e profissional pode-se vislumbrar uma sociedade mais justa, igualitária e uma nação, de fato, competitiva. No Brasil não é diferente, mas torna-se ainda mais crítica esta necessidade, uma vez que a nossa estagnação econômica já ultrapassa décadas e acentua-se neste Século XXI, face à aceleração das inovações tecnológicas e mudanças socioculturais que impõem ao processo de ensino e aprendizagem uma revolução decorrente de uma ação empreendedora da sociedade e de suas instituições, nos âmbitos do mercado e da academia.

O capital humano, sem dúvida, é um dos fatores críticos para o desenvolvimento econômico e social, sendo responsável em grande parte pelas diferenças de produtividade e competitividade entre os países. Por esse motivo, é fundamental buscar a melhoria constante da formação e qualificação dos recursos humanos disponíveis. O Brasil enfrenta dificuldades para competir no mercado internacional. Como mostra o Índice Global de Inovação (IGI), elaborado pelas Universidade de Cornell, Insead e Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o país perdeu 22 posições no ranking entre 2011 e 2016, situando-se em 69º lugar entre os 128 países avaliados, posição que manteve em 2017.

Segundo o IGI, o fraco desempenho brasileiro deve-se, entre outros fatores, à baixa pontuação obtida no indicador relacionado aos recursos humanos e à pesquisa, em especial àquela que diz respeito aos graduados em Engenharia.

Analisando a quantidade de engenheiros por habitante, observa-se que o Brasil, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2016), ocupava uma das últimas posições no ranking. Em 2014, enquanto a Coreia, Rússia, Finlândia e Áustria contavam com a proporção de mais de 20 engenheiros para cada 10 mil habitantes, países como Portugal e Chile dispunham de cerca de 16 engenheiros para cada 10 mil habitantes, enquanto o Brasil registrava somente 4,8 engenheiros para o mesmo quantitativo.

Ao mesmo tempo, o setor produtivo encontra dificuldades para recrutar trabalhadores qualificados para atuar na fronteira do conhecimento das engenharias, que, para além da técnica, exige que seus profissionais tenham domínio de habilidades como liderança, trabalho em grupo, planejamento, gestão estratégica e aprendizado de forma autônoma, competências conhecidas como soft skills. Em outras palavras, demanda-se crescentemente dos profissionais uma formação técnica sólida, combinada com uma formação mais humanística e empreendedora.

Além disso, a aprendizagem ao longo da vida se mostra fundamental aos trabalhadores da indústria do Século XXI, de alta tecnologia, posto que a eles serão requisitados: a supervisão de processos transversais impactados em cheio por inovações tecnológicas; a capacidade de trabalhar em equipes dinâmicas; além do gerenciamento de consideráveis volumes de dados digitais de naturezas diversas. O elemento-chave de empregabilidade nesse panorama reside no investimento em educação, seja na requalificação dirigida de funcionários sêniores, seja na formação apropriada de jovens colaboradores, em programas de ação pactuados entre pessoas, organizações, instituições de ensino e governos.

No ranking das 30 habilidades nucleares para a indústria do Século XXI mais frequentes na literatura, aparecem nas cinco primeiras posições as seguintes capacidades: Comunicação, Mentalidade digital, Gestão, Resolução de problemas e Programação. Dessas cinco, três conformam skills de caráter sociocomportamental. A presença destacada de habilidades desse gênero se mostra constante ao longo de todo o ranqueamento, no qual ocupam 17 das 30 posições.

Esse resultado respalda o entendimento conceitual de que a adesão a inovações tecnológicas não constitui desafio isolado no universo da indústria do Século XXI, mas se junta à necessidade de capitalizar atributos socioculturais e comportamentais para a devida atuação profissional nesse panorama.

Quando analisadas as cinco habilidades nucleares mais frequentes na literatura investigada, por categorização temática, verifica-se que: as habilidades nucleares técnicas mais frequentes são: (I) Programação, (II) Análise de dados, (III) Processamento de dados, (IV) Análise da segurança e (V) Manutenção e reparo. As habilidades nucleares sociocomportamentais mais frequentes são: (I) Comunicação, (II) Mentalidade digital, (III) Resolução de problemas (IV), Trabalho em equipe e (V) Pensamento crítico. Finalmente, as habilidades nucleares de gestão mais frequentes são: (I) Gestão; (II) Gestão de pessoas, (III) Gestão de projetos, (IV) Gestão de recursos e (V) Gestão da inovação.

Baseando-se neste cenário amplo de dados e crítico, quanto a realidade atual a ser transformada, principalmente no Brasil, face ao seu atraso reconhecido no campo da educação para as demandas do novo século, que já foi cumprido em 1/5 da sua duração, quatro especialistas e representantes qualificados na sua área de atuação se apresentam para um debate de aprofundamento do tema e busca de ações inovadoras para o processo de ensino e aprendizagem no Brasil, de maneira ampla e mais focada na área crítica para a competitividade nacional, inclusive no âmbito internacional, que é a formação especializada na área de Engenharias, sendo os convidados: Alexandre Iwankio, Noélly Mercer, Mauro Andreassa e Gilson Paula Lopes de Souza (mediador).

O referido Webinar terá a sua estrutura alicerçada em três pilares principais:

  • Como promover o protagonismo do aluno neste cenário educacional desafiador em busca de uma formação para a Inteligência total, quanto ao hard e soft skills;
  • Como unir a Academia e a Indústria para a superação deste desafio;
  • Qual o sistema de avaliação para gerenciar a aderência a este cenário desafiador de alta volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade.

Evento gratuito e aberto ao público.

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