Diante do inesperado temos sentimentos contraditórios e, talvez, estar consciente dessa contradição e saber que ela é totalmente normal seja o primeiro passo para lidar com a situação.

Perceber que temos emoções que nos deixam apavorados, ansiosos, tensos e no instante seguinte confiantes, fortes e capazes de lidar com a crise pode nos ajudar. Falar com a equipe sobre essa alteração de humor pode ser uma forma de buscar o equilíbrio.

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Durante nossas vidas, repetimos muitas vezes o aprendizado da busca do equilíbrio do andar de bicicleta. A todo momento surgem novos desafios e ter equipes que estão em teletrabalho e outras que continuam dentro da organização pode ser uma grande novidade.

Para os profissionais em teletrabalho:

  • Estimule a equipe a conversar com você sobre esse novo momento. Haverá dúvidas e desconforto. Mas com o diálogo pode-se achar novos caminhos e reforçar a importância de cada um. Sentir-se importante ajuda na confiança.
  • Crie uma forma de liderar essa equipe. O importante é não deixar que os colaboradores em casa sintam-se abandonados. Mas a pressão excessiva pode também prejudicar, pois pode demonstrar falta de confiança. Essa é a hora de reforçar e criar vínculos.
  • Estimule os que estão sozinhos em casa a se conectarem com outras pessoas. É importante conversar com quem confia sobre suas preocupações e como está se sentindo. Falar das emoções, aflições e medos ajuda a percebermos se o que estamos falando têm coerência, se estamos exagerando ou desprezando algum fato importante.
  • Para os que estiverem isolados com a família, oriente que conversem sobre a crise, mas que procurem falar sobre outros assuntos. Esse pode ser um bom momento para dialogar sem pressa, demonstrando interesse real no que cada um fala.
  • É Importante frisar que ficar isolado, distante das pessoas, é algo temporário, não uma punição. Neste momento a prioridade é a preservação e a contribuição do bem comum.

Para os profissionais que continuam na empresa:

  • O exemplo do líder é fundamental, use a influência com a equipe para reforçar a importância de todos os comportamentos de segurança para a não contaminação, já que esse grupo estará mais exposto. Reforce sempre as orientações em relação ao contato físico e o uso do álcool em gel. Assim como a importância de uma boa alimentação, exercício físico e horas de sono.
  • Converse com o grupo buscando garantir que todos possam se deslocar para o trabalho de forma segura.
  • Esteja atento às mudanças de comportamento. Nesse momento as pessoas que estão se deslocando para o trabalho estão expostas e mesmo não sendo do grupo de risco, poderão ter atitudes mais ansiosas, de menos concentração e isso pode dificultar a execução da tarefa e colocá-los em risco de acidentes de trabalho.
  • Peça ao RH as informações sobre como é constituída a família do trabalhador para saber se tem pessoas do grupo de risco em casa. A empatia é fundamental nesse momento, você poderá não ter todas as soluções, mas pode se colocar à disposição para fazer o que é possível.
  • De alguma forma procure criar momentos de descontração. Somos um povo que gosta de estar junto. Tendo cuidado com todas as orientações do contato físico, promova algum tipo de reconhecimento pelo esforço de cada um.

Em relação a toda a equipe:

  • Reconheça a dimensão do problema e com equilíbrio e realismo diga para todos o que está ocorrendo e o que prevê que possa acontecer. Informe de forma clara quais as adaptações que serão realizadas, como, por exemplo, o teletrabalho, e solicite a participação de todos para encontrar as melhores soluções.
  • Quando perceber algum profissional da sua equipe que não esteja conseguindo lidar com a crise, chame-o para conversar. Pergunte quais são suas preocupações, coloque-se à disposição, apenas escute. Na maioria dos casos isso é suficiente. Quando não for, reconheça seus limites e peça ajuda de outras pessoas que possam oferecer serviços de assistência médica ou de outra natureza.