De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), 10,8% da população total é composta por idosos, representando assim cerca de 20,6 milhões no país. Projeções apontam que até 2060, quase 30% da população brasileira será composta por pessoas idosas (IBGE, 2018).

Esse envelhecimento populacional brasileiro vem ocorrendo em virtude da maior expectativa de vida e associação com uma reduzida renovação da população, correlacionada à queda nas taxas de fertilidade e natalidade (MELO; FERREIRA; TEIXEIRA, 2014). No Brasil, assim como nos países emergentes, a população idosa vem aumentando de forma progressiva e exponencial e esse crescimento não está sendo acompanhado por alterações nas condições de estilo de vida (SILVA; DAL PRÁ, 2014).

O perfil populacional vem apresentando mudanças consideráveis em relação à pirâmide etária. Nos anos de 1980 o gráfico se apresentava em formato de pirâmide, bases largas e topo estreito, demostrando que a longevidade não era algo a se considerar (PINTO; LOPES, 2017).

A partir de 2011, esse formato de pirâmide vem sofrendo variações, apresentando um topo mais largo e demostrando que a população vem envelhecendo mais, se comparada há 30 anos.
Tais projeções vêm demostrando que não existe pessoa tipicamente velha, e sim uma população que está apresentando mudanças na percepção de saúde e buscando envelhecimento saudável, produtivo e acima de tudo ativo, aumentando assim a perspectiva de vida (LOUREIRO; ARRUDA, 2014).

O envelhecimento da população tem associação direta na economia brasileira. Como exemplo disso, pode-se observar a prevalência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), que afetam principalmente a população idosa e estão relacionadas com as principais causas de morte do país. Em 2011, as DCNTs corresponderam a 60% do total gasto por todas as causas de doenças no mundo (MALTA et al., 2014). Todo esse panorama impacta também o setor industrial, sugerindo que a perda de produtividade no trabalho e a consequente diminuição da renda familiar, provocam danos à economia do país (CAMPOS et al., 2014).

Considerando este cenário, o SESI Goiás iniciou em abril/2018 o projeto piloto Promoção de Longevidade Saudável e Produtiva na Indústria, que tem como característica a realização de um plano de ação mediante ao diagnóstico realizado com os trabalhadores. A indústria participante é a MPL Indústria e Comércio de Roupas Ltda que atua no segmento confeccionista e está situada no município de Aparecida de Goiânia – Goiás. Ministrado por nutricionista e equipe de diversas áreas, o projeto é realizado nas dependências da indústria para 20 funcionários com idade superior a 40 anos e tem duração até novembro.

O presente artigo tem por finalidade apresentar os resultados da aplicação da metodologia do Empoderamento para Longevidade Produtiva e Diagnóstico Nutricional do Projeto Piloto Promoção de Longevidade Saudável e Produtiva na Indústria.

Baixar