Trabalhar mais, melhor e por mais tempo. Veja como as indústrias têm pensado o futuro de seu capital humano

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Setenta e cinco anos. Esta é a expectativa média de vida da população brasileira, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Parece alta, mas há países onde o índice é maior: no Japão, é de 83,7 anos; na Suíça, 83,4 anos. Ainda assim estamos acima da média mundial, que é de 71, 4 anos.

O levantamento analisa uma série de fatores relacionados à saúde e inclui dados oficiais dos países, como aspectos demográficos, socioeconômicos e qualidade de vida. Uma soma de fatores que ajuda a manter pessoas ativas, saudáveis e produtivas.

A população brasileira está envelhecendo

Entre 2005 e 2015, o Brasil aumentou significativamente a proporção de idosos (60 anos ou mais), de 9,8% para 14,3%. Destes, apenas 26,3% estão ocupados. As informações são do estudo Síntese de Indicadores Sociais. Contribuem para estes dados a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, somada à crise que o país enfrentou nos últimos anos, que reduziu a taxa de emprego.

Com a reforma da previdência, ainda em discussão, a população vai precisar trabalhar por mais tempo. A idade mínima de aposentadoria passará a ser de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Como manter-se no mercado de trabalho e fazer todas as contribuições necessárias para conseguir a aposentadoria integral? Investindo em saúde desde cedo.

Esta é a missão do Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade. “As empresas precisam desmistificar a ideia de que longevidade é uma preocupação para pessoas de mais idade. É o contrário disso: cuidar-se desde a juventude para garantir uma vida ativa por muito mais tempo”, destaca Noélly Mercer, coordenadora do Centro.

Como o conceito de longevidade é aplicado nas indústrias?

São várias ações de prevenção e conscientização, que partem de quatro soluções principais oferecidas pelo Sesi Paraná:

  • Consultoria para longevidade produtiva, que desenvolve competências pessoais e profissionais do trabalhador para alcançar maior produtividade saudável;
  • Consultoria para gestão em longevidade produtiva. Programa destinado às lideranças das indústrias, que são capacitadas para tratar de políticas, práticas e outros fatores relacionados à longevidade no ambiente de trabalho;
  • Consultoria em trabalho e equilíbrio. Focada na prevenção de transtornos de ansiedade e depressão, que podem ser responsáveis por um número maior de afastamentos dentro das indústrias nos próximos anos. Trabalha a gestão dos riscos sociais aplicados à longevidade produtiva;
  • Consultoria sobre gerações de trabalho. Projeto que faz uma análise do perfil demográfico da indústria. Traz informações e práticas para desenvolver o relacionamento entre diferentes faixas etárias dentro do setor produtivo, facilitando o convívio em busca de produtividade.

Noélly Mercer destaca que as soluções ofertadas pelo Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade trazem benefícios a longo prazo para todo o cenário macro: indústrias, trabalhadores e a comunidade do entorno. “Os temas são trabalhados de forma interdisciplinar, lúdica e interativa. Isso facilita a capacitação de funcionários, lideranças e indústrias em geral sobre um tema tão importante para a saúde de pessoas e negócios”, explica.

O trabalho do Centro partiu de uma demanda identificada pela própria indústria. Isso porque ainda há um estereótipo sobre a longevidade, mas a temática é bem mais ampla e contempla todas as fases da vida profissional, desde o início da carreira. “Nosso objetivo é clarificar este conceito e estimular as empresas a valorizarem o capital humano em todas as suas gerações. Estimulamos o pensamento voltado à capacidade para o trabalho, e não à idade do trabalhador”, finaliza Noélly.