De 1940 até 2019, a longevidade dos brasileiros aumentou em 31 anos. O número representa uma revolução e, ao mesmo tempo, um desafio para a sociedade

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Viver bem, com qualidade de vida, saúde e até os 100 anos. Quem é que não quer? Até alguns anos, essa era uma realidade distante e, para alguns, até impossível. Atualmente, existem mais de 24 mil centenários no país, os dados sobre a expectativa de vida, agora, caminham lado a lado com a esperança de vida longa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 1940 a longevidade dos brasileiros vem aumentando gradativamente. Só para se ter uma ideia, há 79 anos, a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos, sendo 42,9 para homens e 48,3 para as mulheres. Atualmente, a projeção de 2019 aponta para 76,50 anos, sendo 73 para homens e 80,03 para as mulheres. Em termos gerais, considerando ambos os gêneros, o número representa um aumento de 31 anos no total.

Para o médico e diretor de Medicina Preventiva da MedSênior, Roni Chaim Mukamal, ganhar três décadas de expectativa de vida em um período de 79 anos é uma revolução. Por outro lado, segundo ele, os dados trazem também um longo desafio para a sociedade, que ainda não conseguiu se adaptar ao envelhecimento.

“Ganhamos 30 anos de vida de presente, mas não é só ganhar anos de vida, tem que ganhar com qualidade. Os números representam uma revolução, mas ao mesmo tempo isso é também um desafio porque a nossa sociedade não está preparada para o rápido envelhecimento. Estamos vendo idosos de 80, 90 anos em todos os lugares, andando na ruas e pegando ônibus, por exemplo. Com isso, podemos observar também que falta acessibilidade e as cidades não são preparadas para eles. Temos que nos adaptar ao envelhecimento porque também vamos ser idosos um dia”, afirma.

Falando em futuro, o cenário de esperança de vida para as próximas gerações é ainda melhor. De acordo com a projeção do IBGE, em 2060 a expectativa de vida dos brasileiros será de 81,04, sendo 77,90 para homens e 84,23 mulheres. Os números são animadores,  mas precisamos considerar que sempre há a possibilidade de surgir nesse longo percurso, alguns empecilhos na corrida pelos 100.

As doenças, por exemplo, são um desafio para a vida longa. Elas chegam, muitas vezes, silenciosas e sem fazer alarde, mas necessitam de cuidados e podem até colocar vidas em risco. Afinal, ter uma boa qualidade de vida está associado à ser saudável, mas o que muitos não sabem é que também é possível viver bem mesmo com o diagnóstico de patologias.

“A gente pode envelhecer bem ou envelhecer mal e isso não necessariamente está associado com o aparecimento de doenças. Conforme a gente vai envelhecendo, é comum o aparecimento de doenças crônicas mesmo. Mas se a gente conseguir cuidar dela, vamos ter uma boa qualidade de vida sim. O importante é preveni-las, mas se aparecerem, temos que tratar para que não se compliquem.”

Entre as doenças mais perigosas, estão as cardiovasculares, consideradas a principal causa de morte no mundo.  O indicador da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrava, até o último dia 15 de março, 80.229 mortes de brasileiros por doenças cardiovasculares só no primeiro bimestre de 2019.

De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), no ano de 2015, aproximadamente 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares, representando 31% de todas as mortes em nível global. Desses óbitos, estima-se que 7,4 milhões ocorreram devido às doenças do coração e 6,7 milhões devido a acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Ambos, assustam e acendem um alerta para a população à importância da mudança de hábitos.

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